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Sarah Scazzi a trágedia de Avetrana

Dia 26/08/2010 na cidade de Avetrana na provincia de Taranto no sul da Itália as 14:30hrs uma adolescente de quinze anos após sair de casa para ir encontrar-se com a prima Sabrina Misseri,desaparece do nada.Seu corpo será encontado 42 dias depois do seu desaparecimento,a história teve grande cobertura mediática na Itália,culminando com o anúncio da descoberta do corpo da vítima ao vivo no programa Rai “Chi la visto” a qual a mãe da adolescente era convidada.

Cabelo loiro,corpo magro e rosto doce.Assim começa o caso Sarah Scazzi,naquela casa na Via Deledda 22 em Avetrana. Sarah Scazzi morreu há 10 anos,o que aconteceu será o relato do caso.

Mas vamos por graus para conhecer quem eram os personagens dessa grande tragedia.Em 26 de agosto de 2010,a mãe relatou o desaparecimento de Sarah Scazzi,de quinze anos,uma estudante do segundo ano do instituto de hotelaria.
A adolescente havia saído de casa por volta das 14h30 para chegar à casa da prima Sabrina a algumas centenas de metros,e ir com ela e outra amiga para a praia e a partir desse momento ela desapareceu não atendendo mais seu telefone celular deixando a mãe e os parentes preocupados.

O desaparecimento teve enorme cobertura mediática.Desde o início,a atenção da mídia se concentrou na vida privada de Sarah,analisando seus hábitos,seu diário secreto e seu perfil no Facebook,procurando por quaisquer motivos que levariam a garota a uma possível fuga de casa.
Inicialmente,as investigações dos Carabinieri eram orientadas para a fuga da adolescente ou o sequestro por um homem que teria atraído Sarah no Facebook. As buscas da garota continuaram ao longo de setembro,em um crescendo de interesse da mídia que viu sua mãe e seus familiares,em particular sua prima Sabrina,sempre participando de entrevistas as principais emissoras de televisão para lançar apelos pelo retorno de Sarah a casa.

Depois de mais de um mês de buscas,no dia 29 de setembro seu celular,semi-queimado, foi encontrado em um campo não muito longe de sua casa,ao ser encontrado por seu tio Michele Misseri que,demonstrando dor e preocupação, afirmou ter encontrado a sobrinha,isso ajudou a alimentar as suspeitas ao seu redor da familia e da sua esposa Cosima Serrano,irmã da mãe de Sarah,ambas fazendeiras e ex-emigrantes da Alemanha,eles praticamente criaram a menina desaparecida em sua casa,a sobrinha e as filhas apesar da diferença de 7 anos cresceram juntas e de quem falavam como uma terceira filha.

Após semana do aparecimento do celular,no dia 6 de outubro Michele Misseri,ao final de um interrogatório que durou cerca de nove horas, confessou o assassinato de sua sobrinha,alegando tê-la matado após uma tentativa de estupro, indicando aos investigadores o local onde havia escondido o corpo,em um poço de captação de água localizado em Contrada Mosca,no interior de Avetrana .
O corpo foi encontrado lá e a descoberta foi comunicada à família e ao público ao vivo pela televisão durante a transmissão do programa “Chi l’ha visto?” a qual a mãe estava sendo entrevistada.

Nos dias seguintes,Michele Misseri retratou sua confissão inicial e disse que teve sonhos eróticos com sua sobrinha Sarah várias vezes,até que em 15 de outubro confirmou as suspeitas dos investigadores sobre o envolvimento de sua filha Sabrina, afirmando que Sara havia morrido durante um jogo que se transformou em uma discussão,também com base no depoimento da amiga Mariangela Spagnoletti,que relatou que,ao ver a prima atrasada para a consulta,Sabrina Misseri “parecia agitada”,repetindo que a menina certamente havia sido sequestrada e que os Carabinieri deveriam ser avisados ​​imediatamente.

As investigações passaram a presumir que o motivo de Sabrina era o ciúme da atenção que sua prima Sarah recebia de Ivano Russo,um cozinheiro de Avetrana por quem Sabrina teria se apaixonado.Esta última e Sarah conheceram Ivano alguns meses antes,ou seja,em dezembro de 2009,e o jovem cozinheiro logo formou uma forte amizade com as duas meninas.
Sabrina logo começaria a mostrar interesse por ele,nos primeiros dias de agosto eles teriam tido uma suposta relação sexual,mas ele não queria ter a relação para evitar que aquela amizade se tornasse algo mais(essa foi as palavras de Ivano aos investigadores).

Sarah contaria mais tarde a outros sobre esse episódio decepcionante de sua prima,dando origem a fofocas e calúnias e assim, levando Ivano,alguns dias antes da morte de Sara,a se separar de Sabrina para sempre.

O motivo do assassinato,provavelmente na sequência de uma discussão acalorada entre as primas na noite de 25 de agosto,na véspera do desaparecimento de Sarah,em um pub da cidade na frente de algumas testemunhas.
Durante o julgamento, porém,essas testemunhas apenas confirmaram que houve uma pequena bronca que Sabrina deu em Sarah,porque que a primeira atribuiu ao fato de a prima ter manifestado em público e de forma muito expansiva os “abraços” por Ivano( levado pelo mesmo ao desejo de uma figura masculina de referência devido à ausência do pai e do irmão mais velho),e temia que isso pudesse alimentar a fofoca na cidade.

Posteriormente,em 26 de maio de 2011,Cosima Serrano,mãe de Sabrina,tia de Sara,foi presa sob a acusação de cumplicidade em assassinato e sequestro,a partir da análise dos impressos parecia,de fato,que seu celular teria feito uma ligação da garagem,enquanto a mulher havia declarado no interrogatório que,naquela tarde, ela nunca tinha ido à garagem.

Em 21 de fevereiro de 2017,o Tribunal de Cassação confirmou as penas de prisão perpétua para Sabrina Misseri e Cosima Serrano,8 anos para Michele Misseri por supressão de corpos e poluição de provas,4 anos e 11 meses para Carmine Misseri e um ano e quatro meses para Vito Russo jr. e Giuseppe Nigro pela ajuda e incentivo pessoal.
As justificativas da primeira seção criminal do Tribunal de Cassação sublinham os “métodos de cometer o crime” e o “frio planejamento de uma estratégia que visa,por meio de atitudes inescrupulosas,oblíquas e enganosas, alcançar a impunidade” alegou Sabrina Misseri “explorada a mídia ”e desviou as investigações como um“ motor propulsor inteligente e frio ”para“ pistas falsas ”.

Hoje Sarah é sepulta no Cemitério municipal de Avetrana

Uma tragedia que depois de 10 anos ainda consegue mexer com os animos da opinião pública.

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